"(...) o amor é uma daquelas palavras que toda a gente usa e ninguém compreende. Os pais dizem aos filhos que os amam, mas o que acontece é que contribuem para a sua destruição. São as pessoas que transmitem aos filhos todo o tipo de preconceitos e de superstições caducas. São as pessoas que põem às costas dos filhos todo o género de mentiras que gerações inteiras têm carregado e que cada uma delas tem transmitido à geração seguinte. A loucura continua... e assume proporções gigantescas. Contudo, todos os pais pensam que amam os seus filhos. Se realmente os amassem, não quereriam moldá-los à sua imagem quando sabem que são infelizes. Qual é a experiência que têm da vida? Pura infelicidade, puro sofrimento... Para eles a vida não foi uma benção e sim uma maldição. Mesmo assim, querem que os filhos sejam como eles. (...) Todos os pais desejam moldar os filhos à sua imagem, mas cada criança tem o seu próprio destino e, se ela se moldar à imagem dos pais, nunca será igual a si mesma. E sem se tornar igual a si mesma nunca sentirá contentamento, nunca se sentirá à vontade com o facto de existir. Sentirá sempre que algo lhe falta.
Os seus pais amam-no e também lhe dizem que você tem de os amar porque são seus pais. Este é um fenómeno estranho, do qual ninguém parece estar consciente: o seu filho não é obrigado a amá-lo só porque você é mãe dele. É preciso que seja digna desse amor. O facto de ser mãe não é suficiente. Pode ser pai, mas isso não quer dizer que se torne automaticamente digno desse amor. O simples facto de ser pai da criança não chega para gerar nela um grande sentimento de amor. No entanto, é isso que se espera... e a pobre da criança não sabe o que fazer. Ela começa então a fingir, essa é a única via possível. Começa a sorrir quando não existe sorriso algum no seu coração, começa a demonstrar amor, respeito, gratidão - todos eles falsos sentimentos. Torna-se uma actriz, uma hipócrita, uma política, desde o princípio. Todos nós vivemos neste mundo em que pais, professores e sacerdotes o corromperam, o exilaram e o afastaram de si mesmo.
O meu objectivo atual é devolvê-lo ao centro do seu ser. A isto chamo centralização, meditação. O que quero é simplesmente que seja quem verdadeiramente é, que tenha um enorme respeito por si próprio, com a dignidade de saber que a existência necessita de si - e então poderá começar a procurar-se. Em primeiro lugar, regresse ao centro do seu ser. Depois, poderá começar a procurar-se."
(OSHO)
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