Olá alegrias
cá estou eu de volta, depois de uma semana de férias num sitio sem internet (o que também faz bem).
No meu regresso às escritas, decidi partilhar com vocês um exercício sobre "O passado", e irei dividir por vários post para não ser demasiada informação num só post, e ser importante reflectir com calma.
todo o texto é retirado do livro do Gustavo Santos "Agarra o Agora".
"O passado.
Aceitas ou não, é aqui que passas a maior parte do tempo da tua vida. Lá atrás onde já nada podes almejar, tocar ou mudar.
Porque é que lá vais?
Não tens mais nada para fazer?
Não me oponho a uma visita ou outra, mas o que acontece é que a maioria das pessoas faz as malas e muda-se para lá. Para sempre. Haverá maior exemplo de ingratidão?
(...) O Passado é como uma pastilha plástica sem sabor, podes lembrar-te de como ela era suculenta ao início, mas por muito que a trinques já não conseguirás voltar a sentir o seu sumo; e assim é a vida de muitas pessoas, sensaborona e monótona.
E as memórias boas, não faz sentido recordá-las? Recordar não é viver? Perguntam-me vocês, e eu respondo com uma palavra. Não. Recordar não é viver.
Recordar é deixar de viver. Ninguém consegue sentir na verdadeira dimensão da experiência o que já sentiu num outro momento qualquer que não seja o "Agora".
Podes lembrar-te, e até arrepiar-te, mas isso não é sentir, é abdicar de voltar a senti-lo novamente, pois se estás cá e a tua mente te leva para lá não há como te entregares outra vez, logo, não há como voltares a sentir o verdadeiro sabor de uma pessoa ou de uma qualquer experiência.
Tu não és o teu Passado, és aquilo em que acreditas "Agora".
(...) Qual foi a primeira coisa em que pensaram hoje, quando acordaram hoje?
(...) O Passado, seja noite ou dia , é a sombra de muita gente, é aquela muleta fundamental para camuflar a vergonha de não Ser. E tu, és ou já foste?
Vivemos uma era em que todos os seres humanos são, e continuarão a ser, desafiados a trabalhar o desapego. Mais do que homens e mulheres, somos almas viajantes, e a alma não é apegada a ninguém nem coisa nenhuma, como tal, estar na nossa pele pressupõe o tremendo desafio de reencontrar essa nossa essência para, assim, e dentro de quem aparentemente somos, entendermos que nada nos pertence, nem sequer o nosso corpo.
(...) Não é bom nem faz bem o facto de vivermos agarrados ao passado, a alguém que já não existe física ou emocionalmente, ou a algo que já "foi nosso" e deixou de ser.
És uma pessoa apegada? A quê?
Quando foi a primeira vez que dependeste de ter algo ou de estar com alguém para sorrir?
Estavas preparado quando a perdeste? Como reagiste?
O apego nada tem a ver com o amor, pois enquanto o primeiro faz a pessoa depender a sua existência, feliz ou não, da outra, o segundo é naturalmente incondicional, ou seja, quem ama saber largar e deixar ir, ainda que doa, as lágrimas caiam e o poço pareça não ter fundo. A não-dependência determina uma aceitação mais rápida e, com isso, um regresso à vida real a alta velocidade.
Intimamente ligadas ao apego estão a culpa e a raiva. Elas são, aliás, as principais responsáveis por tantas pessoas abdicarem do momento real para se afundarem na espiral negra e densa do passado. Tudo serve para se autopunirem, mas o que mais curiosidade me suscita é o facto de nem a verdade nua e crua ser suficente para se perdoarem ou aceitarem.
(...) Percebes o risco que corres ao ficar apegado a um episódio do passado? Percebes que já nada há a fazer relativamente a isso a não ser aceitar, perdoar ou mudar "Agora".
O que tens feito para derrotar esse apego?
Viver apegado ao passado é como respirar por um ventilador, não és tu que o fazes, é algo ou alguém que o faz por ti."
Os próximos exercícios terão como base o mesmo tema - O passado, mas focando o subtema da culpa, perdão, raiva, aceitação, bloqueios, a dor, a nossa educação, a mente e técnicas para libertar-nos do passado.
Partilhem a vossa opinião comigo, se assim o desejarem e sentirem que vale a pena.
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