domingo, 6 de setembro de 2015

Ter medo de me aceitar tal como sou?

Final de domingo... sentada no chão da sala a ouvir Snatam Kaur e a ler o livro de OSHO "Paixão pelo impossível".
abri o livro e o folhear das páginas levou-me até ao último capítulo do livro que fala sobre o medo que sentimos em nos aceitar tal como somos.
Este medo é fruto da forma como cada ser humano foi condicionado pela sociedade em geral, uma vez ser esta a que tenta moldar os comportamentos e atitudes logo desde a infância. 
Muitos pais, fazem-nos sem ter essa consciência.
"Ao nascer, uma criança indefesa é tomada nos braços por uma sociedade inconsciente e esta começa a moldá-la de acordo com os seus próprios ideias, deixando de parte o que é fundamental: o potencial individual da criança. Ela não tem de crescer para se tornar num Jesus, num Buda ou num Krishna mas sim para ser ela própria. Se esta criança não crescer para se tornar ela própria, vai ser absolutamente infeliz durante toda a vida."
Desde logo somos bombardeados com um conjunto de regras impostas por outras pessoas, pelos pais, educadores, sociedade que devemos desde logo começar a cumprir, não dando muitas vezes espaço para dar a nossa opinião, de negociar.
"(...), se insistir em ser sincero, honesto, autêntico e igual a si mesmo, será condenado por toda a gente, o que exigirá dele uma boa dose de coragem. É preciso que um homem seja extraordinariamente recto para se erguer e afirmar: Não vou ser outra pessoa, a não ser quem sou, seja bom ou mau, aceitável ou inaceitável, prestigiado ou não. Tenho a certeza que só posso ser eu, mais ninguém."
Para tomar este tipo de postura, mostra ser uma pessoa bastante revolucionária.
"Porque terei tanto medo de me aceitar tal como sou? isto acontece porque nunca ninguém o aceitou tal como é. Ao aceitar-se é possível que seja rejeitado por todos, o que explica o seu medo e apreensão."
Para Osho existem duas escolhas "(...) pode aceitar-se a si mesmo e ser rejeitado por todos os outros ou pode rejeitar-se a si próprio e ganhar o respeito e a honra aos olhos da sociedade e da cultura."
Será que muita gente não escolherá o respeito? 
"(...) a respeitabilidade é acompanhada por toda a espécie de ansiedade, angústia e ausência de sentido. É uma vida estéril em que nada cresce, nada é verde, nenhuma flor desabrocha. (...) todas as crianças acabam por fazer aquilo que é suposto ser digno de louvor. Tornam-se cada vez mais falsas, as suas vidas transformam-se numa impostura cada vez maior, mais longe da sua realidade autêntica, do seu verdadeiro ser. É então que surge o medo. Sempre que desperta em si um anseio de se conhecer a si mesmo, este é imediatamente seguido por um enorme medo. Receia que, ao encontrar-se, perca o respeito que tem por si próprio."
Já pensaram como a nossa sociedade exerce pressão sobre nós?
Já pensaram como quebramos com o nosso verdadeiro ser, só para estarmos e fazermos parte da sociedade?
É necessário regressar ao seu ser.
"Para a existência não faz sentido existirem pessoas repetidas. Ela é tão criativa que cada individuo traz no ser ser algo de novo, um novo potencial, uma nova possibilidade, uma nova elevação, uma nova dimensão, um novo ponto alto."
Precisamos de nos libertar do nosso medo, ele não nasceu connosco, ele foi-nos imposto.
Já reparou numa criança, ela aceita-se tal como é, mas somente à medida que vai crescendo é que vai sendo influenciada por terceiros e aí sim é que a situação muda, a sua visão de si mesma é alterada por outras pessoas.
É importante agora como adulto regressar a si mesmo, encontrar a sua criança interior.
Não será preferível ser igual a si mesmo, e perder alguém do seu grupo de amigos porque este não aceita o seu verdadeiro eu, do que ser o que a outra pessoa deseja e ser assim infeliz? Se essa pessoa não aceita o seu verdadeiro eu, então não nutre por si uma amizade sincera.
É somente na altura que se aceita tal como é, que poderá crescer. 
E não se esqueça que é preciso coragem porque é uma aventura que terá que fazer sozinho e ter consciência que ao longo desse caminho irá ser influenciado pela multidão da sociedade que irá dizer que é preferível juntar-se a eles porque se algo acontecer toda a multidão será a responsável, se estiver sozinho será só você o responsável.
"(...) a liberdade é a outra face da responsabilidade. Pode ter ambas ou pode abdicar delas. Se não for responsável, não pode ser livre e sem liberdade não há crescimento. É por esse motivo que tem de ser responsável por si próprio se quiser viver em total liberdade para poder crescer e ser quem é."

O que acham disto?´
Dêem-me a vossa opinião se assim o desejarem.

Sem comentários:

Enviar um comentário